CHANEL

Marca mítica do século 20, foi criada pela francesa Gabrielle Chanel que é o maior exemplo de self made woman de que se tem notícia na moda. Nasceu em 1883, de uma família paupérrima, foi abandonada ainda menina pelo pai logo depois da morte de sua mãe, cresceu em um orfanato e, de lá, foi enviada para um pensionato quando fez 18 anos. Aos 20, conseguiu um emprego de vendedora numa loja de Moulins que comercializava meias e luvas que acabou participando das principais revoluções no vestuário feminino e na moda ao longo do século. Mademoiselle Coco Chanel criou uma moda definitivamente atemporal, mais limpa e democrática, que deixava as mulheres livres de rendas, babados e outros excessos (espartilhos incluídos).
O estilista francês Karl Lagerfeld está à frente da marca desde 1983. Ele comanda as linhas de alta costura e prêt-à-porter, mantendo a marca como referência de elegância para mulheres do mundo inteiro. Possui mais de 200 lojas em 100 países que vendem produtos como roupas, perfumes maquiagem, óculos, bolsas e sapatos.

Estilista Karl Lagerfeld.

Alexander McQueen

Conhecido como o visionário da moda, Alexander McQueen nasceu em Londres em 1969. Filho de um taxista, começou a trabalhar com moda bem cedo. Aos 16 anos, desistiu de estudar e resolveu ser aprendiz dos alfaiates de Savile Row, a rua de moda masculina mais famosa da capital britânica. A escolha lhe rendeu um bom conhecimento técnico na confecção de roupas. Para completar o aprendizado prático, entrou na Central Saint Martins e, antes mesmo de se formar, lançou sua grife. Caiu nas graças da professora Louise Wilson e, mais tarde, também chamou a atenção da editora de moda Isabela Blow.

Trabalhou com Romeo Gigli em Milão e passou pela Givenchy. Mais tarde, nas passarelas de Paris, sua própria marca chamava a atenção pelas apresentações teatrais e surpreendentes. Reconhecido como o gênio da alta-costura, seu estilo trazia influências góticas em peças contemporâneas, que revelavam o contraponto entre fragilidade e força, tradição e modernidade. McQueen se suicidou em fevereiro de 2010 e, apesar de seu desejo de que a grife se encerrase com sua morte, foi sucedido por Sarah Burton.

Estilista da Alexander McQueen, Sarah Burton.

Prada

Mario Prada fundou a companhia de artigos de couro em Milão, em 1913. Décadas depois, em 1978, a neta Miuccia Prada herdou e revolucionou a marca, transformando-a em uma das grifes mais desejadas (e descoladas) da atualidade. Em 1988, nasce a linha feminina de prêt-à-porter. Em 1993, lançou a linha masculina e, paralelamente, a grife Miu Miu.

Na encruzilhada entre a clássica couture e o estilo contemporâneo, Prada é marcada por um minimalismo sexy constantemente revigorado. Além das coleções, a grife é um ícone no universo dos acessórios e sapatos. A rubrica de Miuccia consagrou bags e transformou sapatos em objetos de desejo. Hoje, é uma das grifes mais adoradas do mundo. E no cinema, até mesmo o diabo veste Prada.

Estilista Miuccia Prada.

Alexandre Herchcovitch

Quando criança, Alexandre Herchcovitch corria para o quarto da mãe às sextas-feiras à noite. Sabia que depois da novela era a hora que ela começava a se arrumar para sair com seu pai. Alexandre ficava assistindo à mãe (que costurava as próprias roupas) escolher as peças e dava palpites sobre quais acessórios usar com aquele vestido.

Pouco tempo depois, Regina Herchcovitch ensinou o filho a costurar. Alexandre passou a confeccionar as próprias roupas, foi estudar moda na Faculdade Santa Marcelina e, pouco tempo depois do desfile de formatura já tinha a sua primeira loja – isso aos 22 anos, quando tinha cabelos compridos e gosto por um universo macabro, que envolvia caveiras (Alexandre começou a colecioná-las aos sete anos de idade) e personagens excêntricos, como Zé do Caixão. Hoje, com 39 anos, é um dos estilistas mais importantes e bem sucedidos do Brasil. Desfila suas coleções (femininas e masculinas) no SPFW e na semana de moda de NY, exporta para o Japão, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio e ainda encontra tempo para se dedicar aos produtos licenciados com seu nome, de curativos adesivos a objetos de decoração, passando por acessórios e roupa de cama.

Pode-se dizer que é um caso raro numa indústria cheia de jovens talentosos, mas com pouca habilidade para os negócios. O grande trunfo de Alexandre foi (e ainda é) unir criação – basta olhar um desfile para perceber as novas possibilidades propostas pelo estilista – e administração – além das parcerias com outras empresas, Alexandre tem como sócio a InBrands (grupo que também detém parte de outras marcas como Ellus, 2nd Floor e Isabela Capeto, além do SPFW e do Fashion Rio). Também é um dos poucos capaz de transitar entre universos tão distintos quanto o da noite – no início da carreira, Alexandre costurava roupas para drag queens –, o das meninas bem nascidas que gostam de moda, e até da política – Martha Suplicy costuma marcar presença na primeira fila de seus desfiles.

O estilista Alexandre Herchcovitch.

Yves Saint Laurent

Saint Laurent tinha apenas 17 anos quando começou a trabalhar em Paris. Descoberto por Christian Dior, o jovem estilista acabou substituindo o criador do New Look depois de sua morte, em 1957. Acabou impressionando a crítica com o lançamento de uma marcante coleção de vestidos trapézio.

Argelino de nascimento, o estilista foi convocado pelo exército francês para lutar na guerra contra a Argélia. Na volta, em 1962, é demitido da Dior e abre sua própria maison, com a ajuda de Pierre Bergé, que seria seu companheiro até sua morte, em 2008.

Entre suas contribuições mais importantes estão a criação do smoking para mulheres, os looks safári, os vestidos com estampas que lembram Mondrian, a blusa transparente, que deixava os seios à mostra e tantas outras inovações. Anos depois, virou inspiração de Andy Warhol e tinha como musa a atriz francesa Chaterine Deneuve. Em 2002, anunciou seu afastamento do mundo da moda, que ganhava um rumo cada vez mais comercial, ligado a grandes conglomerados. Até hoje, YSL é reconhecido como um dos maiores estilistas do século 20 por definir o guarda-roupa da mulher contemporânea, além de ser um dos responsáveis por transformar Paris na capital da moda mundial.

Estilista Yves Saint Laurent